sexta-feira, 21 de junho de 2013

Do nada

Beijei a mão do tempo e disse: até lá
pensei que não teria mais nenhuma chance de rever aquele
feixe novamente.
Sim feixe, foi o que restou,
mas meu peito com ele se acostumou.
Bem sabe levei a vida, levei
Brinquei , sorri, chorei
Assim ele quis
e por querer me despedi desprendida total
tentei viver, coisa e tal
O que fazer, remoer
roer as cordas e lamber as feridas
beijar a nuvem do tempo e eternizar os belos momentos
nada mais
fiquei em paz
para quem não viu
lá no fundo dos olhos o calafrio
o negro abraço da saudade doida
e do freio na língua quando o dia vinha
a benção do ar inebriou minha razão
não sei não
mas me perdi em me perder e enfim consegui
aprender, fugir, ceder
doer sorrir, entender e suprimir.
O que
Sei lá
apenas passou e passou
tudo,
tudo que agora, do nada
voltou

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