terça-feira, 6 de abril de 2021

Não quero voltar

Dentro de mim vive um rio, que não demora irá transbordar.

Ao divino peço amor.

Ao humano um altar.

O nó na garganta que existe.

Só faz mesmo é aumentar.

Sinto muito mesmo todos os dias.

Uma vontade imensa de gritar.

Gritar ao mundo que eu não existo.

Nem aqui e nem em outro lugar.

Sou poeira, pausa, poesia.

Pedra que não para de rolar.

Cansada do dia a dia,

Não vejo a hora de parar.

Medita durante o dia, a noite não para de chorar.

Mas o que tanto pede ao sagardo?

Que eu não precise mais voltar.

Olha bem

Olha bem aqui fundo dos meus olhos.

Vê algo que não vejo?

Vê alguém que eu desejo e esqueci?

Consegues ver também o que perdi ou deixei escondido?

Olha mais uma vez, bem de perto.

Identifica ao certo, algo que já vivi?

Tudo isso que explode no peito tem todo direito de existir.

E se... ao olhar novamente brotar a vontade de gritar,

Grite, experneie, duvide.

Apenas eu te posso ouvir.

Aqui estamos só eu e você... Meu espelho.

Palavra

Sente-se como um embrulho, um amargor cheio de sabor.

Como um veneno que causa muita dor.

O antídoto é a palavra, que destrava o que prende.

E as vezes quando vem a tona não é tão confortável.

Não é bom ver, ouvir, sentir, mas é total, parte do teu ser.

Poema com M

Montanhas magníficas motivam minhas memórias,

Montando metáforas mundo afora.

Manobras mobilizam meus momentos,

Minimizados pelas metástases do melodramático

Medonho eu mortificado.

Refletindo

Refletindo o verde,

O azul parece 

Tão Cinza! 

Eu ou ela

A sombra revela algo que não consigo dizer:

Sou eu, ou sou ela?

Encontro

Eu já disse que encontrei a mim mesma ontem?

Foi depois de despedir-me dela

E ir encontrar o seu eu.