sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Vida virada

Hei! Não me pega não.
Sou vida. Também sou apaixonada.
Não sou tua, sou com os pés descalços, sou rua.
Sou folia e desejos, lampejos e agonia.

Sou cara lavada num dia de verão.
Sou corpo cansado do gozo
Sou estação.
Pára na minha, vou te mostrar o furacão
Sou música, sou difusa, sinfonia, armação.

Sou sol na cara, vento na varanda, sensação.
Quero ser muralha, mas sou canção.
Cansada, insensata, solidão.
O corpo de vinho, o beijo e o canto.

Não me pega, sou do vento sem limite.
Me solta depressa! Antes que eu grite.
Sou leve e sorridente.
Me abraça, sou carente. Sente esse gelo em meus olhos?

Venha então... e me esquente.

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