segunda-feira, 10 de agosto de 2009

VESTIDO

Um dia lindo de sol refletiu os meus olhos nos teus. Minha boca cansada de falar coisas loucas me possuiu de um tamanho desejo de te abraçar, acalmar, tranquilizar.
Senti-me fria, restrita de sentimentos profundos resto de uma presença sem precedentes aquela que já foi e que voltou, mas nem sequer deixou rastro de existência. Perdida e sem perspectiva sofri. Sofri o desespero de estar longe e não poder te ouvir, de não atingir seu coração com meus lamentos e, então, desfaleci em um sono profundo sem restrição e nem hora, sem apelo emocional.

Senti-me abandonada do teu rosto e corpo e completamente estarrecida em pensar a hipótese de ter perdido o meu momento mais íntimo e ligado ao teu. O abandono de que falo é o da alma. Esse que dói inconstante, constantemente: de um lado o sofrer remoto sem dúvidas, de outro, o alento das horas calmas de carinho com muitas questões, perguntas e elos desprendidos de fé.

Oh que fé? Esta fé em coisas mórbidas e ao mesmo tempo férteis que fica gritando dentro de mim. Sim, é você esta falta que me assola os dias e transforma minhas noites em peças teatrais sem pé nem cabeça. Coisas difíceis de pronunciar, reproduzir, pensar... Como um xingamento na chuva ou uma hipótese remota de coisas fúteis.
Oh que sentido? Que medo? Qual pressão?

A penumbra cobre meu rosto e sussurra minha voz. Impede-me que eu grite, grite a todos que sou assim só uma visão extrema do sofrimento meu que é amar.
Amar dói, corrói e enlouquece meus sentidos como folhas esquecidas em tempos úmidos no chão da eternidade... Que termina com um lamento, como uma chama acesa e prestes a incendiar tudo em sua volta.

A paixão...

Um comentário:

Fabio Silva disse...

Lindo, dolorido, sofrido, apaixonado. è a tua cara e o meu coração