quinta-feira, 31 de maio de 2012

Ferida aberta


Longe demais vai meu pensamento
Perdido na poeira do sentimento
Com medo de tudo acabar
Com vontade de voltar
Tecendo fios de esperança
Com a força existente na lembrança
Com o sabor da saudade voraz
Com uma infinita vontade: quero mais
O vento que agora frio congela
o vulto ansioso da emoção
Meu íntimo vive em uma cancela
Que aprisiona meu coração
Estonteada e perdida
Rogo que essa clausura se encerre
Mas sinto muita dor na ferida
Que devora minha alma arguida
As forças que liberam um grito de dor
São as mesmas que brotam na ora do amor
Ergue no peito o fulgor imenso
Mas acaba depois com o sofrimento
A medida que o tempo passa
Fica mais perto a linha de chegada
E cada passo, cada metro que percorro
São como infindos gritos de socorro
A garganta seca os lábios entreabrem
Mas não tem jeito de viver
Com essa bendita vontade certa
Com as mãos no rosto e a ferida aberta

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