quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Não tem título


Bate a noite com seus murmúrios à porta do meu íntimo,
Me chama para com ela curtir até o amanhecer.
Quieta, a sede vem crescendo e como uma imensa
Nuvem branca de poeira densa,
Explode dentro de mim.

A angústia fria que corroe minha garganta, expessa,
Pesada e firme, dura...
Enche meu peito apertando meu coração.
Chego a ouvir os sons dessa noite viva.
Buzinas, vozes, carros, outros sons que não identifico.

Fico a escutar os sons que preenchem meus ouvidos
E chego então a ficar surda com eles.
Sim, está todo mundo aí...
Estão todos em casa, mas lá dentro continua a bater
A noite sedenta de entrar.

Neste momento meu estômago embrulha...
Deito meu corpo, estico as pernas e os braços,
Sinto meu peito abrir.
Não consigo evitar as lágrimas que rolam do meu rosto.
Os soluços profundos e o pranto tomam conta de mim.

Pela janela escuto os barulhos,
Dentro de mim o choro ecoa e a angústia
Vai dando lugar, lentamente, a um vazio.
Então, olhando pela janela, faço o apelo aos anjos...
Sim, isso vai passar, isso tudo vai passar.

De repente desperto e em seguida pego a caneta...
Saio escrevendo tudo que senti neste momento de...
... solidão.
Nesta noite e os seus sons.

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