terça-feira, 17 de outubro de 2006

Estava pensando...

...Ouvir e aconselhar, nós sempre aconselhamos de acordo com o que pensamos de nossas próprias vidas, de acordo com nossas experiências. É praticamente impossível pedir uma opinião ou conselho sem que aconteça algum tipo de comparação com as frustrações ou felicidades que nosso conselheiro viveu ou vive, ou com a vontade de que os mesmos erros que ele cometeu não se repitam conosco.

Mas não adianta, pois todos temos que passar por nossas próprias experiências. Minha mãe sempre me diz que errou muito e que cometeu muita besteira na vida. Portanto, não queria que comigo fosse igual.

Mas eu sei que não posso abrir mão do que acredito ou busco para que não corra riscos, para não precisar sofrer. Por exemplo, conheço uma pessoa que tem imensa vontade de permanecer casada. Sua mãe se casou e separou muitas vezes, acredito que pode haver uma incrível relação entre a vontade de permanecer casada da filha, e as frustrações da mãe. porque não? É possível que esse sentimento que ela tem de perder sua família esteja caracterizando pelo seu terror de ver tantas vezes sua mãe errar. Pensar na separação, pode ter uma conotação infeliz para ela. Pois foi isso que ela viu acontecer com a mãe.


Apesar de tantas decepções sofridas nesta vida aprende-se. Conviver com tantas adversidades e muitas vezes sabendo que são elas que nos fazem crescer. Livrar-se desta angústia de não querer frustar-se nos remete, justamente, à infância. Lembrar como tudo era tão fácil na infância e como os sonhos eram deliciosos e compreensivos de todos os pontos de vista.

Eu sempre digo: "As crianças são feitas de verdade e de delícias". É tão bom viver na infância, como é bom viver na adolescência. Perceber que são deliciosas as lembranças.

As experiências vividas na vida são fatores de intensa culminância no modo de vida que adotamos depois de adultos. Podemos ter medo com o passar do tempo, mas não conseguimos, de forma alguma nos arrepender.

Além do mais, o ser humano é imprevisível, assim como pode se controlar e se descontrolar com tanta facilidade, é impressionante a capacidade de amar e de odiar ao mesmo. A decepção é, sem duvida alguma, uma faca de corte tão profundo capaz de deixar marcas eternas. Isso acontece tanto quando somos decepcionados quanto como nos decepcionam.

Mas ninguém pode deixar de reconhecer, como é bom viver, termos lembranças, buscarmos um objetivo, seguir lições que aprendemos com o passar do tempo. Como é bom aprender a andar de bicicleta, jogar bola na rua, brincar de pegar... Por isso é que devemos deixar muitas boas lembranças na cabeça de nosso filhos e alunos. Assim, quando eles estiverem como eu estou agora, nostálgica, serão muito, mais muito mais felizes cada dia!

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